Considera-se uma mola de prato ou “disc spring” a um elemento anular (anilha) de forma cónica com propriedades elásticas que oferecem uma resistência a uma força de compressão aplicada axialmente. As Molas de pratos podem estar sujeitas a cargas estáticas e dinâmicas.
A norma DIN 2093 especifica os requerimentos necessários que uma mola de prato deve cumprir em diferentes aspetos como: o seu design, o seu processo de produção, tolerâncias de produção e de funcionamento (Força e Deslocamento), assim como o relaxamento permitido a diferentes temperaturas e os ciclos de vida de fadiga que devem suportar segundo a variação de tensões a que estiver exposta.
Para isso, esta norma define diferentes métodos de fabrico conforme a espessura da mola, e as proporções da mola (entre diâmetros, e entre altura e espessura) formando três diferentes grupos, com a finalidade de cobrir um amplo espectro em força e deslocamento. Os principais aspetos que a norma cobre são:
Devido à extensão da norma, só detalharemos os aspetos mais relevantes.
A norma estabelece uma classificação das molas em 3 grupos, em função da espessura das mesmas. Esta distinção por grupo tem influência logo nos métodos de fabrico. Também define se a mola deve ter superfícies de apoio (espessura reduzida), assim como noutros aspetos da mola. Os grupos são:
GRUPO | ESPESSURA (t) | SUPERFÍCIE DE APOIO (t’) |
1 | < 1,25 mm | NÃO |
2 | 1,25 mm – 6 mm | NÃO |
3 | > 6 mm (até 14 mm) | SIM |
Para o fabrico de molas de prato como norma standard, estabelece-se o uso de aços com um módulo de elasticidade de 206.000 N/mm2 tais como DIN 17221 (51CrMoV4) e DIN 17222 (51CrV4). Deve-se ter em conta que o uso de aços de carbono DIN 1.1231 (CK 67) e DIN 1.1248 (CK 75), só será para o fabrico de molas do Grupo 1. Não obstante, é possível o uso de outros materiais, como aços inoxidáveis ou ligas de cobre, que têm um módulo de elasticidade diferente. De todas as formas, é possível consultar os fabricantes diferentes dimensões e materiais não incluídos na norma.
Em função do grupo a que pertence a mola a fabricar, a norma estabelece os procedimentos de fabrico, assim como o acabamento das superfícies:
GRUPO | FABRICO | Acabamento superfície superior e inferior | Acabamento lados interior e exterior |
1 | Estampagem e cantos arredondados | Ra < 3,2 μm | Ra < 12,5 μm |
2 | Estampagem, mecanização de diâmetro ext e int e cantos arredondados | Ra < 6,3 μm | Ra < 6,3 μm |
Estampagem “Fine-Blanked” e cantos arredondados | Ra < 6,3 μm | Ra < 3,2 μm | |
3 | Forja a quente ou frio, mecanização de todas as superfícies e cantos arredondados | Ra < 12,5 μm | Ra < 12,5 μm |
Deve-se ter em conta que o acabamento das superfícies, assim como o das bordas, não se aplica no caso de as peças serem submetidas a um processo de “shot-penned”.
A norma DIN 2093 estabelece também uma série de medidas de molas de prato com base em diâmetros exteriores concretos e numa proporcionalidade no resto das suas medidas que permita cumprir os padrões de força. Para cada diâmetro exterior, define-se três séries (A, B e C) que respondem a um diferente nível de força (alto, médio e baixo).
Para cada série, define-se uma proporcionalidade concreta entre as suas medidas, que se traduz nos três níveis de força diferentes.
No catálogo dos diferentes fabricantes, é comum vê-los identificados pela série e pelo diâmetro exterior (por exemplo: A50, C71 ou B100). Além destas peças que a norma define, é possível fabricar outras seguindo as mesmas diretrizes, embora já não respondam estritamente a nenhuma das 3 séries.
A | B | C | |
D,ext / altura | 18 | 28 | 40 |
Altura / espessura | 0,4 | 0,75 | 1,3 |
Força | alta | média | baixa |
As tolerâncias, tanto dimensionais, como de forças e inclusive dureza do material estão definidas na norma. Estas tolerâncias diferem em função do grupo a que pertencem as molas, e inclusive dentro de cada grupo há variações segundo a espessura da peça. A seguinte tabela mostra as tolerâncias em cada grupo e em função das espessuras das peças:
Espessura do material (mm) | Tolerância na espessura (mm) | Tolerância em altura sem compressão (mm) | Tolerância em força a 75% do percurso (%) | Dureza (HRC) | |
Grupo 1 | 0,2 a 0,6 | + 0,02- 0,06 | + 0,10- 0,05 | + 25- 7,5 | 42 – 52 |
> 0,6< 1,25 | + 0,03- 0,09 | ||||
Grupo 2 | 1,25 a 2,0 | + 0,04- 0,12 | + 0,15- 0,08 | + 15- 7,5 | |
> 2,0 a 3,0 | + 0,20- 0,10 | ||||
> 3,0 a 3,8 | + 0,30- 0,15 | + 10- 5 | |||
> 3,8 a 6,0 | + 0,05- 0,15 | ||||
Grupo 3 | > 6,0 a 14 | ± 0,10 | ± 0,30 | ± 5 |
Diametro exterior De diametro interior Di
De o Di |
De h12 |
Di h12 |
---|---|---|
3 a 6 | 0 a -0,12 | 0 a +0,12 |
> 6 a 10 | 0 a -0,15 | 0 a +0,15 |
> 10 a 18 | 0 a -0,18 | 0 a +0,18 |
> 18 to 30 | 0 a -0,21 | 0 a +0,21 |
> 30 a 50 | 0 a -0,25 | 0 a +0,25 |
> 50 a 80 | 0 a -0,30 | 0 a +0,30 |
> 80 a 120 | 0 a -0,35 | 0 a +0,35 |
> 120 a 180 | 0 a -0,40 | 0 a +0,40 |
> 180 a 250 | 0 a -0,46 | 0 to +0,46 |
> 250 a 315 | 0 a -0,52 | 0 a +0,52 |
> 315 a 400 | 0 a -0,57 | 0 a +0,57 |
> 400 a 500 | 0 a -0,63 | 0 a +0,63 |
> 500 a 600 | 0 a -0,68 | 0 a +0,68 |